
Agora já é noite alta e fria, e fiquei só. E pensar que hoje amanheci ao pé do meu papel em branco, intentando escrever esta história. Pois veja aí como eu sou, e no que me transformei.
Luís André Nepomuceno (*1968)
In: A lanterma mágica de Jeremias
Ela me levou para sua caverna de fada
E lá ela cantou docemente para que eu dormisse
Eu vi seus lábios famintos e sombrios
E eu acordei e me encontrei aqui
Enganei meus amigos. Menti sobre o que eu sabia, e depois sobre o que eu não sabia. Eu aprendi muito com a vida. Atuei um papel, talvez toda a minha vida, pensando que fiz mais, ter realizado mais, produzido mais do que produzi. Tudo me foi dado. Fiquei em pé, sobre os ombros da vida, e nunca desci ao solo para construir, para erguer uma fundação só minha. Voei alto demais, com asas emprestadas.*
Yet each man kills the thing he loves,
By each let this be heard,
Some do it with a bitter look,
Some with a flattering word,
The coward does it with a kiss,
The brave man with a sword!
In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
So how can you tell me you’re lonely and say for you that the sun don’t shine? Let me take you by the hand and [...] I’ll show you something to make you change your mind.
Não é este mundo concreto e material que assusta os homens, mas o fantástico, abstrato e ideal, que eles mesmos criaram e imaginam.
I shall tell you where we are. A radiant abyss, where men meet themselves.
Esperamos sempre alguma coisa ou alguém - que vem ou não, que passa ou desilude, que satisfaz ou mata.